sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Uma nova Taberna “ O baixinho” na baixa de Coimbra.

Não é uma Taberna das típicas que abundavam pela baixa de Coimbra e que muitas saudades deixam. Mas é uma Taberna da era moderna que se instala na Rua das Azeiteiras no coração da baixa e da Freguesia São Bartolomeu.
Apareça por lá para beber um copo e comer um petisco.

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

"Coimbra: Atrasos no fornecimento das refeições deixam crianças à espera"


Eu não sou ninguém para concordar ou deixar de concordar com a notícia, pode verificar clicando Facebook-PS-Coimbra-Concelhia que a Concelhia do PS trouxe a público, mas tenho o direito de emitir a minha opinião e de afirmar que concordo com a notícia da Concelhia do PS.
Em relação a este assunto, tenho a dizer hoje mesmo na apresentação da minha filha mais nova na EB1 São Bartolomeu, a GERTAL ficou de entrar e contacto com a Escola São Bartolomeu ontem por causa das refeições de hoje e de amanhã e hoje pelas 11 da manhã ainda não o tinham feito, nem a Sede do Agrupamento sabia como efetuar contacto com a GERTAL, devo informar mais ser mais preciso que a Coordenadora da escola garantiu que ia haver refeições. Se houve não faço ideia.
 Também tenho conhecimento que no Centro de Apoio Social de Pais e Amigos da Escola Básica do 1º ciclo Quinta das Flores, na semana passada a GERTAL queria que fossem os funcionários do Centro que empratassem as refeições e tratassem da lavagem da louça, da qual levaram uma nega por parte de um(a) responsável do Centro de Apoio Social de Pais e Amigos da Escola Básica do 1º ciclo Quinta das Flores.
 Lembram-se da recusa das refeições da Penitenciaria em Coimbra por parte de alguns reclusos? A empresa que serve as refeições é a mesma.
Não meto em causa a qualidade e o equilíbrio das refeições servidas, mas ninguém pode exigir e assegurar uma alimentação saudável por cerca de 1.30 euros refeição.

"Insolvências - Justiça proíbe novos créditos para famílias na falência"

Que grande disparate...a "morte cívica" numa sociedade capitalista neo-liberal seria equivalente à "morte de facto". Sem acesso a capital os cidadãos não garantirão a sua sobrevivência e a dos seus. Existem casos de dívidas e insolvências fraudulentas, mas existem muitos mais de empresas e particulares que são vítimas deste modelo económico, cujo principal culpado é o próprio Estado e a legislação discricionário que vai construindo. Esta governação está a atingir o limite da esquizofrenia, é incapaz de equacionar o sistema como um todo, perde-se cada vez mais numa teia legal absurda e verdadeiramente criminosa. Está na hora de todos percebermos que é o próprio modelo que está em causa e deve ser completamente reequacionado.
Estamos a construir uma "casta" de excluídos cada vez em maior número, que, mais cedo que tarde, fundarão o seu próprio sistema económico alternativo. E não será difícil que seja bem mais bem sucedido que o actual. Há que agradecer à Sra. Ministra a vontade explícita de contribuir para acelerar o processo. Cortam as hipóteses de refazer a vida, corta-se o acesso à civilidade!
Chuta-se o cidadão para a delinquência...pois para comer ele irá buscar a algum lado nomeadamente a casa alheia.

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Santana forever


Santana forever
"O mundo ficou muito melhor: o futuro provedor da Santa Casa já não vai andar por aí, vai ficar por aqui. O movimento político que há meia dúzia de meses já estava organizado foi, com certeza, desfeito e a desilusão com o PSD são águas passadas. Para comemorar esta reconciliação, Santana Lopes, decidiu brindar os deputados social-democratas com mais uma das suas geniais ideias: uma rede de aeródromos regionais para, nas suas sábias palavras, fomentar a coesão nacional. Como é que ninguém se lembrou disto antes? Vai ser fantástico, vamos todos voar de cá para lá e sentir-nos muito mais coesos. " Estou-me a sentir pouco coeso, acho que vou apanhar uma avioneta até ao Fundão". " hummm, vou à Caparica ou à Guarda?" . Pensar que tivemos a oportunidade de ter este génio como primeiro-ministro por muitos e bons anos e a desprezamos é um crime. Ainda assim ele vai andar por aqui, no meio desta desgraça pelo menos gargalhadas não vão faltar."

Artigo escrito por: Pedro Marques Lopes

MAIS UM APLAUSO DE PÉ.....

Palavras para que? Alguém entende esta desinformação!


Em rodapé na TVI24 passou a informação que a TROIKA alargou o prazo de pagamento da divida e baixou a taxa de juros.

Época da Ditadura!!!

Não deixa de ser engraçado…
Na época da "chamada" ditadura...

Podíamos acelerar os nossos automóveis pelas auto-estradas acima dos 120km/h sem nenhum risco e não éramos multados por radares maliciosamente escondidos mas... não podíamos falar mal do presidente.

Podíamos comprar armas e munições à vontade, pois o governo sabia quem era cidadão de bem, quem era bandido e quem era terrorista mas... não podíamos falar mal do Presidente.

Podíamos dar piropos à funcionária, à menina do "guiché" das contas a pagar ou à recepcionista sem correr o risco de sermos processados por "assédio sexual" mas..., não podíamos falar mal do Presidente.

Não usávamos eufemismos hipócritas para fazer referências a raças (ei! preto!), credos (esse crente aí!) ou preferências sexuais (fala! sua bicha!) e não éramos processados por "discriminação" por esse motivo mas... não podíamos falar mal do presidente.

Podíamos tomar nossa redentora cerveja no fim do expediente do trabalho para relaxar e dirigir o carro para casa, sem o risco de sermos jogados à vala da delinquência, sendo presos por estarmos "alcoolizados" mas... não podíamos falar mal do Presidente.

Podíamos cortar a árvore do quintal, empestada de praga, sem que isso constituísse crime ambiental mas... não podíamos falar mal do presidente.

Podíamos ir a qualquer bar ou boite, em qualquer bairro da cidade, de carro, de autocarro, de bicicleta ou a pé, sem nenhum medo de sermos assaltados, sequestrados ou assassinados mas... não podíamos falar mal do presidente.

Hoje, a única coisa que podemos fazer....

...é falar mal do presidente!

Que merda...!!!!!

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Uma viagem de trolley até à baixa de Coimbra

Um novo "GROUND ZERO" na baixa de Coimbra

Encontros Mágicos II

Encontros Mágicos I



Encontros Mágicos




Com Luís de Matos, Telmo Melo e companhia

Europa vista por um Português

Helena Roseta. Câmara de Lisboa não precisou da troika para pôr a casa em ordem

"A vereadora do Movimento por Lisboa acredita que o governo tem de fazer muito mais do que aumentar impostos.
Como vê o programa da troika para as autarquias?
Ainda não percebi muito bem. Parece-me que se está a cumprir calendário com medidas com pouco conteúdo. As únicas que estão a ser apresentadas com um conteúdo fortíssimo são as do lado da receita, a ir buscar dinheiro ao bolso das pessoas de todas as maneiras e feitios. E o ministro das Finanças não se tem coibido de explicar que tem de ser assim. Quanto às outras, por exemplo para o sector empresarial local, tanto quanto vi pelos jornais, o que o governo já decidiu já estava em vigor. Basicamente não se criarem novas empresas municipais e não haver acumulação de cargos. Não vejo aí grandes novidades.
E a redução de autarquias e do número de dirigentes?
Em Lisboa fizemos isso sem troika nenhuma. Propusemos uma redução de 53 para 24 freguesias. Foi uma grande aposta do actual presidente, que conseguiu negociá-la bem, na minha opinião e na dos maiores partidos. Esperemos que essa maioria a confirme na assembleia municipal e seja aprovada na Assembleia da República. É muito difícil gerir uma cidade com freguesias com 4 mil residentes e outras com 40 mil. A outra questão é a redução do número de dirigentes. Também aqui já eliminámos 16% dos cargos, acima do que a troika exige. Há coisas que têm a ver com boa administração. Havia repetições de serviços, sobreposições de funções que foi preciso reestruturar. O grande objectivo é gerir bem os dinheiros públicos. E gerir bem os dinheiros públicos não pode ser só ir buscar mais receita ao bolso dos contribuintes.
Na sua opinião, estamos atrasados no corte da despesa?
Evidentemente. Ao nível da administração central, porque o governo tem vindo a dizer que quer saber bem o que vai fazer. Dão-nos apenas indicação sobre os cortes das despesas sociais, o que é assustador. Por exemplo, o fim da comparticipação da pílula, que é uma coisa gravíssima. E das vacinas, entre as quais a do colo do útero. É um ataque ideológico às mulheres inadmissível. Não acredito que a comparticipação da pílula seja assim tão importante no orçamento da saúde.
Considera a mexida nas comparticipações da pílula uma questão ideológica?
Sim. E tanto mais grave quanto foi um secretário de Estado do PSD, em 1976 que introduziu a valência do planeamento familiar na saúde pública, o Albino Aroso. Ainda sou do tempo em que a pílula só se podia adquirir à candonga. É evidente que não a vão proibir em termos legislativos, mas vão proibi-la em termos económicos. Acho que é uma imposição inaceitável do CDS ao PSD. E não foi certamente o Dr. Paulo Macedo que se lembrou dela. Também acho inaceitável deixarem de comparticipar a vacina do colo do útero, que é a maneira mais eficaz de evitar este tipo de cancro nas mulheres. Estamos a retroceder mesmo. Pela primeira vez desde o 25 de Abril tivemos uma subida nos indicadores de mortalidade infantil. É assustador.
Falando agora das transferências financeiras para as autarquias ...
Sabemos que vai haver cortes, mas ainda não sabemos quais. Estamos conscientes de que as autarquias têm de participar no esforço de contenção nacional. Mas vamos ver como, senão paralisamos o país. Não é possível conseguir que a economia arranque se se paralisam alguns dos seus motores. E não há economias competitivas sem cidades pujantes. Se começam a fazer muitos cortes naquilo que já é, em termos europeus, uma das transferências mais baixas, é outra vez um retrocesso. Estamos sempre a andar para trás.
Um dos óbices de Portugal, segundo o último ranking da competitividade, é a falta de delegação de competências…
Lisboa está no caminho precisamente oposto. A reforma das freguesias que o António Costa liderou está a ser possível porque ao mesmo tempo houve um aumento significativo de transferência de competências para as juntas. Agora tem de ser equilibrado com competências que venham do Estado para as câmaras. A limpeza das ruas ou o arranjo dos jardins, no caso de uma cidade, é mais eficaz feita pelas juntas do que pelas câmaras. Há outras áreas que têm de ter uma gestão central. Uma das razões por que aceitei que o movimento Cidadãos por Lisboa e o António Costa concorressem aliados foi precisamente fazermos esta grande reforma administrativa e de governo da cidade.
Vai-se recandidatar?
Neste momento o importante é cumprir o trabalho que prometemos.
Diz-se que existe um bom entendimento entre o António Costa e Pedro Santana Lopes, que tem facilitado a boa gestão camarária…
Tem existido um bom entendimento pessoal não só entre os dois mas de uma forma geral entre toda a vereação. E também é mérito dos dois criarem um clima normal de diálogo. É muito importante. Uma das coisas difíceis na gestão política é criarem-se grandes tensões entre as pessoas e as reuniões passarem a ser um sofrimento. Mesmo quando o PSD vota contra tem existido essa colaboração. E em muitas situações o Dr. Santana Lopes determina uma abstenção. Não querem obstaculizar.
Acredita que Santana Lopes vai fazer um bom lugar na Santa Casa da Misericórdia?
Espero que sim. Já falei com ele. Tenho o pelouro social e tenho o maior interesse em que quem esteja na Misericórdia seja para trabalhar a fundo. É muito importante não só dinamizar o trabalho da Misericórdia mas também reforçar a relação que ela tem com a câmara e a Segurança Social em Lisboa. Ao contrário do que acontece noutras cidades, a rede social de Lisboa, além de ter a Segurança Social e a câmara, também tem a Misericórdia. É um parceiro fundamental. E as coisas nem sempre têm corrido bem.
Acha que com o Dr. Santana Lopes as relações vão melhorar?
Espero que sim. Já falei com ele. Há coisas importantíssimas a fazer, que têm a ver com a rede social, que não são da competência exclusiva da câmara. Posso dar-lhe um exemplo. Há um problema gravíssimo na cidade que são os sem-abrigo. Com a crise, essas situações tendem a aumentar, o que exige uma rede muito operativa próxima das pessoas. A Misericórdia tem muitos recursos, inclusive humanos, e deve haver aqui um entrosamento maior para não haver repetição de funções, nem haver duas entidades de costas voltadas. Tenho esperança que vamos conseguir uma boa colaboração.
Como está a decorrer o levantamento do património da Câmara Municipal de Lisboa?
Começámos por fazer um levantamento dos arrendamentos, que está a decorrer com altos e baixos. Uma parte das pessoas está a reagir bem e a entregar os documentos que lhes são pedidos, outras protestam. Não é propriamente um processo pacífico, mas tentamos explicar que é necessário e que não leva necessariamente ao aumento das rendas. O que pretendemos é que as pessoas que estão a viver nas casas da câmara estejam a pagar aquilo que lhes compete. Nos bairros mais complexos temos sido chamados para dar uma explicação sobre o processo. A parte interessante é que na consulta pública tivemos uma grande validação da nossa acção de fiscalização. Os próprios inquilinos pedem isso, o que confirma que a esmagadora maioria são cumpridores. 78% têm as rendas em dia. Existe bastante apoio nos bairros para sermos mais exigentes.
Na maioria das situações as pessoas têm direito às casas?
Têm. E a maioria até vai pagar rendas mais baixas. Há mais pessoas desempregadas, outras que morreram e os agregados familiares têm menos gente a contribuir para o rendimento. Quando há aumento de rendas, ela é faseada. As situações mais complicadas de regularizar ainda não estão a ser trabalhadas. Todos os casos irregulares que encontrámos desde 2010, que foi quando entrou em vigor o novo regulamento, já foram resolvidos com a desocupação dos fogos. Foram umas largas dezenas. Estamos à espera de um regulamento muito seguro e aprovado pela assembleia municipal para resolvermos as situações mais antigas. Agora nada é feito sem haver uma fiscalização muito cuidadosa das razões e da história por que as coisas aconteceram.
Qual é a percentagem de ocupações ilegais dos fogos camarários?
É muito pequena. Minoritária. Mas estou à espera de ter uma análise dos primeiros seis meses para conseguir fazer uma análise segura.
O processo tem corrido bem?
É um trabalho difícil. A única coisa que pode acontecer é a documentação demorar mais do que queríamos. Pedimos às pessoas que tragam os documentos e há famílias que demoram mais tempo.
Porquê?
O ponto mais crítico, e era preciso um acordo com o governo e ainda não o temos, é que muitos dos documentos têm de ser levantados nas Finanças e na Segurança Social, e custam dinheiro, muitas vezes mais do que as próprias rendas que as pessoas pagam. Nós devíamos poder fazer cruzamento de dados. Estamos a estudar a hipótese de as pessoas fazerem uma carta que autorize a divulgação dos seus dados fiscais e na Segurança Social. Mas não temos esse caminho concluído. Não faz sentido que se estejam a atribuir subsídios públicos elevados, representam 65 milhões de euros por ano no orçamento municipal, sem termos acesso às entidades que nos permitam fiscalizar directamente se o subsídio está bem ou mal atribuído.
Estão a decorrer negociações com o governo nesse sentido?
Estão, mas ainda não temos resultados. Aliás, não é só para isso, são muitas outras situações. A vereadora Graça Fonseca, que tutela a modernização administrativa, está a negociar de que forma nos podemos articular com a administração central. Facilitava a vida aos cidadãos, que deixavam de ter de pedir certidões aqui para ali, e a nós. Mas temos o problema da privacidade dos dados pessoais.
Portanto tem de ser feito com cuidado. Não podemos devassar a vida privada das pessoas.
Mas já é possível aceder a esses dados com a autorização das pessoas…
Sim. Mas não podemos fazer a verificação, uma a uma, de milhares de pessoas. Teria de haver um acesso mais directo às bases de dados. O problema é esse. Neste momento as pessoas até para o passe social mais têm de apresentar a declaração de IRS. É muito desconfortável.
Tem havido abertura do actual governo nessa questão?
Ainda não tenho feedback porque é a vereadora Graça Fonseca que está a conduzir esse processo. Mas é uma questão que não se põe só com Lisboa, põe-se com uma série de entidades públicas e devia passar para o debate político. Os limites e as condições em que pode haver cruzamento de dados.
A fusão da parte contributiva da Segurança Social com o fisco vai ajudar?
Continuamos no âmbito da administração central. Depois há o problema da administração local, que também proporciona benefícios, e que precisa de confirmar se estes estão a ser bem ou mal atribuídos.
Existe uma preocupação generalizada nesse sentido por parte das autarquias?
Depende da dimensão das câmaras. O nosso problema aqui é estarmos a falar de 25 mil fogos. Se eu tiver 200 ou 300 fogos o problema tem outra dimensão.
E o Porto?
O Porto utilizou mecanismos mais expeditos. Tinham a maioria dos fogos em regime de cedência precária, o que permitia à câmara, por decisão administrativa, recuperar as casas. Foi depois disso que a Assembleia da República revogou o regime da cedência precária, porque achou que podia haver um risco de abuso de poder por utilização de uma lei de 1945, muito anterior à nossa Constituição, para tirar o direito à habitação. Tudo isto se resolvia com uma nova lei das rendas.
A nova lei de que tanto se fala?
O regime de arrendamento urbano (RAU) social. Quando em 2006 saiu a lei já se previa a publicação do RAU social, que nunca foi criado. Andamos todos a fazer bricolage com leis antigas para não prejudicar as pessoas, mas ao mesmo tempo a tentar gerir isto decentemente. Tem de haver um RAU social e tem de se mexer na lei da renda apoiada, que é uma lei injusta e iníqua, porque é calculada em função do rendimento da família, independentemente do número de pessoas que a constituem.
Quer dizer que todas essas questões devem ser contempladas na revisão da lei do arrendamento…
Tem de acontecer qualquer coisa com urgência no arrendamento privado. Só se conseguem desbloquear algumas dessas situações se se assumir que existe um mercado de arrendamento social para as pessoas que não têm capacidade para chegar ao privado. Alguma coisa tem de ser feita do lado social.
Dois regimes diferentes mas que devem ser paralelos…
O equívoco disto tudo é partir do pressuposto de que não conseguimos resolver o problema da habitação a custos normais e portanto deixamos isso para o mercado. Mas o mercado não faz milagres nem solidariedade, gera lucros. E quando não gera lucros não funciona. O processo é perverso. Cada um tem de assumir a sua quota-parte. Desbloquear os processos que impedem o mercado de funcionar, mas ao mesmo tempo assumir que garantir o acesso à habitação a famílias insolventes é uma tarefa do Estado, que está na Constituição. Não existe sequer uma lei-quadro da habitação, que é um direito tão importante como o da educação ou da saúde, por exemplo.
E existe cada ver mais endividamento…
Temos um número muito grande de pessoas com a corda no pescoço, um número enorme de senhorios que não conseguem reabilitar as casas e uma série de bancos com um património a que não sabem o que fazer. Temos de ter a coragem de enfrentar isto, mas com a condição de o Estado também ter aqui um papel. Regula para o privado, mas assume a sua quota-parte.
Como vê os actuais cortes, da redução do subsídio de Natal à menor comparticipação dos medicamentos?
As pessoas têm de saber gerir uma crise e apertar na altura certa, mas pensar que o país tem de ter futuro e continuidade. Não podemos deitar fora as pessoas que não têm capacidade. Tem de haver um equilíbrio que não estou a sentir da parte do governo. Excepção feita, devo dizê-lo, do lado da Segurança Social, onde apesar de tudo o Programa de Emergência Social me pareceu inteligente. Uma das coisas boas que tem é as próprias autarquias, como já foi feito em Gaia – o vereador que o fez é hoje secretário de Estado e trouxe a ideia –, falarem com os bancos e dizerem-lhes dêem--nos as casas que têm que nós pomo-las no mercado de arrendamento a um preço médio"