quinta-feira, 23 de maio de 2013

O porque de realizar compras no comercio tradicional ou nas grandes superfícies! Na perspectiva do consumidor.

Até parece que a crise é só nos telejornais!
Enquanto assistimos de forma diária a romarias aos hipermercados, e ao mesmo tempo assistimos ao vazio e ao silêncio medronho das principais ruas do comércio tradicional, os Centros Históricos envelhecidos das nossas cidades definham, e desertificam-se rapidamente.
Estabelecimentos comerciais encerrados, montras vazias, placas a dizer “vende-se”, “trespassa-se”, “aluga-se”, confirmam o derribamento do comércio tradicional nas zonas históricas.
Não é só a crise económica que está a afectar o comércio tradicional, a maior crise do comércio já é bem mais antiga e nome, “Crise de Valores”.
O que levou as pessoas a deixarem de efectuar compras no comércio tradicional?
Todos sabemos que é muito mais cómodo efectuar as nossas compras nas grandes superfícies, onde temos tudo concentrado num só lugar e com a facilidade de estacionarmos gratuitamente.
Todos sabemos que as grandes superfícies “oferecem” a facilidade de crédito ao consumo, dá descontos a quem o usar nas compras, dão cartões de pontos que acumulam descontos e esses pontos valem dinheiro e podem ser usados nas compras, etc.
Tudo isto já levou ao encerramento de mais de milhares de lojas no comércio tradicional.
A culpa não pode ser só atribuída ás grandes superfícies, mas também ao comerciante que não investe no seu negócio e não cria melhores condições para que as pessoas venham mais vezes ao comércio tradicional.
O preço operado pelos comerciantes é um factor decisivo, por exemplo eu comprei um simples caderno A5 no comércio tradicional por 1,95 euros e cerca de 200 metros mais ao lado o mesmo caderno A5 custa 0.90 cêntimos, esta diferença de preços representa uma enorme diferença no orçamento das famílias.
Assim como eu vi a diferença de preço neste produto, toda a gente se apercebe do mesmo, o que leva os clientes a não mais voltar a fazer compras no comércio tradicional.
Não sei se na prática será possível, mas em tempo de crise e a pensar no futuro, entendo que o comerciante tem que aproveitar margens menores para ter hipótese de concorrer com as grandes superfícies e cobrar mais caro por produtos exclusivos.
Uma das soluções na minha perspectiva passa pela mudança de atitude dos comerciantes, precisam de se modernizarem e reverem a gestão das suas lojas.
As autarquias também são culpadas, têm aprovado novos centros comerciais, o centro das cidades com parquímetros, licenças de toldos, licenças de esplanadas, não procedem à limpeza das ruas de forma diária, pouca iluminação, isto tudo junto afasta ainda mais os potenciais clientes do comércio tradicional.
Algumas zonas históricas ricas em património deveriam ter zonas especificas encerradas ao trânsito para “obrigarem” as pessoas a percorrerem as cidades a pé e apostarem no desenvolvimento do comércio de rua, das de forma disciplinada e incentivar o artesanato e esplanadas, mas para isso é preciso transformar as zonas históricas das cidades em zonas mais agradáveis, por exemplo recuperar as fachadas das casas nas ruas principais.

Jorge Neves
São Bartolomeu

quarta-feira, 22 de maio de 2013

O que vai ser o futuro desta zona comercial (baixa e baixinha de Coimbra)?


Depois de ler um texto no Blogue Questões Nacionais do Luis Quintans, um homem que conhece muito bem a baixa de Coimbra, o seu comercio e principalmente o estado de alma dos comerciantes e empregados do comercio, resolvi reflectir e escrever o que penso acerca deste assunto e espero que o meu humilde contributo ajude em alguma coisa.
Todos os dias circulo na baixa e baixinha de Coimbra onde faço algumas compras no Comércio Tradicional, amargura-me ver muitos destes estabelecimentos a desaparecer.
Converso diariamente com alguns comerciantes e quase todos estão desassossegados sobre o presente e o futuro dos seus negócios, alguns com décadas na baixa de Coimbra e culpam a actual conjuntura às malfeitoras politicas do Estado, às Grandes Superfícies, à Autarquia e à mudança de hábitos das novas gerações.
Quando lhes pergunto de que forma participam de forma activa para mudarem o rumo dos acontecimentos, quase todos me dizem que não têm tempo.
Eu defendo que é urgente fazer-se qualquer coisa que garanta o futuro destes negócios.
Mas ninguém consegue ajudar a suavizar a grave crise do comercio tradicional da baixa de Coimbra, se os comerciantes não forem mais pró-activos, se não modificarem a suas mentalidades e vontades para se concentrar efectivamente no que é importante e estratégico para o seu negócio e futuro.
No meu entender, e espero que não levem a mal esta minha reflexão critica mas construtiva, o que eu observo é uma gritante falta de visão dos negócio a médio e longo prazo e deixo aqui vários aspectos que podem ser melhorados.
Muitos comerciantes não sabem comunicar de forma polida com o cliente e os seus empregados estão muitas vezes com uma cara de quem não querem ser incomodados.
Quando Passo nas ruas da baixa e olho para o interior de muitas das lojas, deparo muitas vezes com o interior das lojas desarrumados, espaços pouco atractivos e que não convidam o cliente a entrar e a comprar. Existem lojas que o seu interior e montras se mantêm iguais há décadas.
O comércio tradicional deve apostar na especialização dos produtos comercializados e na pós-venda. Sempre que seja possível devem aproveitar as novas tecnologias para comunicarem com os seus clientes através de correio electrónico, enviando-lhes semanalmente as promoções e campanhas.
Devem apostar em parcerias efectuando acordos com outros comerciantes da zona, promovendo iniciativas conjuntas para que os clientes se desloquem às suas lojas.

Jorge Neves
São Bartolomeu