quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Uma das mais duras verdades! - A PSP registou, durante o ano passado, 2.872 casos de idosos encontrados mortos em casa


"O distrito de Lisboa é o que regista mais casos - 1.299, cerca de 45% do total. Apesar dos números registados na capital, a PSP de Lisboa tem actualmente 259 equipas de proximidade e apoio a vítimas no terreno, que têm sinalizados quase quatro mil idosos em risco.
Depois de Lisboa, segue-se o distrito do Porto, com 414 casos, a ilha da Madeira, com 232, e Setúbal, com 220 casos. Os restantes distritos não chegam a um número com três dígitos. Ainda assim, destaque para Coimbra, com 99, Aveiro, com 90, e Braga, com 76 casos..."


Já muito se tem falado sobre velhice, idosos abandonados, como infelizmente esta semana tem sido noticiado quase de forma diária que no dia de hoje trouxe ao conhecimento publico os dados da PSP do ano de 2011.
Não é assunto novo e, de uma forma ou de outra, todos tomamos conhecimento (mais ou menos de perto) com a situação, mas nada tem sido feito no apoio da qualidade de vida e dignidade da população”aprisionada” (aproximadamente 30% unifamiliares) no centro histórico da nossa cidade. Fomos crianças. Crescemos. Mas a vida corre veloz e de repente, já somos velhos. Alguns conseguem manter com garra alguma mobilidade, outros não evitam a total dependência de cuidados de saúde e higiene. É destes últimos que pretendo falar um pouco, hoje. Quando a idade vai avançando e as maleitas acabam por assolar à porta, normalmente junta-se a família se há bens a dividir. E “aqueles” que pensam ser beneficiados esquecem-se de que o presente leva a um futuro imprevisível, movido por estas mesmas decisões. E esta é a base dos cabos dos trabalhos vindouros. Pois se na época o idoso ainda é útil e toma conta dos netos, vai passando a ferro a sua roupa e a dos demais, vai “alinhavando” o jantar (mesmo sendo fardo…) lá se vai aguentando, até porque dá uma ajudita. Mas, irremediavelmente e obrigatoriamente os idosos passam a “velhos” e depois a entrevados. E, ironicamente, os até então velozes anos, passam a morosos e aborrecidos. E é a partir dessa época que deixa de ser pai, mãe, avô ou avó, para passar a usar o rótulo “incómodo e imprestável” e, dia após dia, vai ocupando um espaço no tempo diário e nocturno com quem coabita em tarefas de higiene e alimentação. Há famílias e famílias, entenda-se. Umas unem-se em esforços e, com discernimento e boa vontade, se vão revezando e reconhecendo que quem tomou conta foi sacrificando a sua vida pessoal e merece ajuda. É justo que os familiares se unam e ajudem de forma acolhedora os idosos para que estes possam viver e não sejam prisioneiros na sua própria casa e que só sintam vida durante breves minutos com a” família de acolhimento”. – É justo que se possam divertir. Muito justo mesmo! Lamento se estou a ser injusto ou cruel com alguém que se identifique. Apenas falo do que me toca, do que conheço. Cada caso é um caso! Esses idosos estão identificados, que se tem feito para lhes dar vida a vida? Com excepção da dita “família de acolhimento” que se paga para que o pobre senhor(a) tenha duas vezes por dia apoio ao domicílio, com troca de roupa, alimentação, isto sete dias na semana. Os nossos idosos continuam aprisionados e lá esperam novamente que amanheça bem rápido para voltarem a ter um olá, um simples bom dia da “família de acolhimento”, é assim que se resume a vida de quem deu vida e tem ainda muita vida. Esta na hora de todos juntos darmos a vida que merecem.
Mas assim, NÃO!

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